*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Introdução ao Curso e ao Ambiente de Aprendizagem, integrante do curso de especialização em Gestão Escolar
Prof. Gilberto Alves Barbosa
BRASÍLIA
– JUNHO-2013
INTRODUÇÃO
Refletir sobre esta temática em duas laudas, proposta
como exercício acadêmico, torna-se quase que a realização de uma apresentação
mágica, em nossa atual realidade educacional.
À guisa de contribuição e enriquecimento teórico, nos foi
proposta a leitura do artigo “Democratização
e mudanças na gestão escolar” (Medeiros, 2011), que faz um relato de
situação quase semelhante ocorrida em Mossoró, RN. Resguardadas as devidas
peculiaridades de cada localidade, seu contexto histórico-político, o texto
oportuniza ver algumas características da gestão escolar e os desafios
encontrados no cotidiano da escola pública.
GESTÃO
ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL
Atualmente, o sistema escolar do
Distrito Federal vive sob a égide da Lei 4751/2012 (GDF, 2012), conhecida como
Lei de Gestão Democrática do Ensino Público do Distrito Federal. Lei esta
sancionada pelo atual governo do DF, após um período de mais de treze anos de
outra lei de igual teor. O referido dispositivo estabelece não apenas a eleição
da equipe gestora da escola, mas também de um conselho escolar constituído por
representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, como também
proporciona às famílias maiores participações nas ações e decisões que ocorrem
no interior das escolas.
É a partir deste contexto, que o
gestor escolar vem tentando exercer o papel que lhe foi outorgado pelo sufrágio
dos votos. Aqui encontramos o primeiro desafio que enfrenta: não ser o
representante de uma democracia representativa, forma de organização
conceituada por Santos e mencionada por Medeiros (2011), que se caracteriza quase
que apenas pela eleição dos membros da direção escola. Esta característica
deixa a escola frágil em todos os seus aspectos.
O desafio seguinte é proporcionar
uma maior articulação entre os diversos segmentos existentes dentro da escola,
tornando efetiva a participação de todos, não apenas na intenção, mas também
nas ações implementadas. Desta articulação, ou melhor, do resultado desta
articulação poderá ser pautado o grau de comprometimento da escola na obtenção
do sucesso escolar.
Outro
grande desafio no seu papel é a postura adotada no enfrentamento das questões
internas e externas, sejam elas administrativas ou pedagógicas, pois apesar de
ter sido eleito, faz parte e representa um segmento do estado público.
Não
resta dúvidas que o seu posicionamento, comprometido com as questões
pedagógicas, é de fundamental importância para o sucesso escolar. Ao contrário
do mencionado por Alonso (1988) em sua obra, que creditava ao diretor o sucesso
pela responsabilidade administrativa, uma vez que definia a escola como uma “instituição altamente especializada”, e
composta por vários especialistas.
Por
outro lado, a vivência nos últimos anos, de uma organização altamente
centralizadora, ainda traz resquícios, fazendo com que o papel de gestor entre
cotidianamente em contradição: tem um compromisso com a comunidade que o elegeu
e por outro lado é o representante do estado dentro da instituição escolar,
muitas vezes realizando o cumprimento de normas emanadas das instâncias
superiores sem qualquer questionamento prático.
Contudo,
em nossa avaliação, o papel mais difícil que o atual gestor enfrenta é o “corporativismo profissional” (grifo
nosso) que ainda existe no setor educacional. Muitos colegas acreditam que ao
eleger um representante faz dele um “devedor
de obrigações”, que deverá dar o retorno quando cobrado.
Neste
período, da instituição da referida lei até os dias atuais, o papel do gestor
vem sendo o de tentar compreender que a instituição de ensino é uma completa e
complexa organização, descrita por Alonso (1998:101) como sendo constituída por
aspectos formais e informais que tem por objetivo específico a qualificação do
sistema de ensino e aprendizagem.
NÃO
UMA CONCLUSÃO, MAS UM REINÍCIO DE CONVERSA...
Após a leitura do
texto recomendado, de outras que abordam a mesma temática, e principalmente
pela observação realizada nos últimos anos, podemos acreditar que muito ainda
temos que caminhar para que o gestor educacional exerça seu verdadeiro papel.
Do conhecimento da estrutura
administrativa-política-pedagógica, passando pelo como o estado trata suas
instituições públicas, até conhecer, compreender e tentar atender aos anseios e
necessidades dos vários segmentos que compõe a comunidade escolar, é uma longa
e árdua caminha a ser empreendida. Mas com paciência, ação-reflexão-ação, e
sobretudo, perseverança, o objetivo em se ter uma gestão educacional
democrática será atingido...
REFERENCIAS
ALONSO,
Mirtes.
O papel do diretor na administração
escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 1988.
MEDEIROS,
Arilene.
Democratização e mudanças práticas na
gestão escolar. Encontrado e acessado em http://seer.bce.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/3994/3370
entre 10 e 16/06/2013
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