sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O papel do gestor na atual realidade das escolas públicas do Distrito Federal


*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Introdução ao Curso e ao Ambiente de Aprendizagem, integrante do curso de especialização em Gestão Escolar
Prof. Gilberto Alves Barbosa
  
BRASÍLIA – JUNHO-2013
INTRODUÇÃO
            Refletir sobre esta temática em duas laudas, proposta como exercício acadêmico, torna-se quase que a realização de uma apresentação mágica, em nossa atual realidade educacional.
            À guisa de contribuição e enriquecimento teórico, nos foi proposta a leitura do artigo “Democratização e mudanças na gestão escolar” (Medeiros, 2011), que faz um relato de situação quase semelhante ocorrida em Mossoró, RN. Resguardadas as devidas peculiaridades de cada localidade, seu contexto histórico-político, o texto oportuniza ver algumas características da gestão escolar e os desafios encontrados no cotidiano da escola pública.

GESTÃO ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL
            Atualmente, o sistema escolar do Distrito Federal vive sob a égide da Lei 4751/2012 (GDF, 2012), conhecida como Lei de Gestão Democrática do Ensino Público do Distrito Federal. Lei esta sancionada pelo atual governo do DF, após um período de mais de treze anos de outra lei de igual teor. O referido dispositivo estabelece não apenas a eleição da equipe gestora da escola, mas também de um conselho escolar constituído por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, como também proporciona às famílias maiores participações nas ações e decisões que ocorrem no interior das escolas.
            É a partir deste contexto, que o gestor escolar vem tentando exercer o papel que lhe foi outorgado pelo sufrágio dos votos. Aqui encontramos o primeiro desafio que enfrenta: não ser o representante de uma democracia representativa, forma de organização conceituada por Santos e mencionada por Medeiros (2011), que se caracteriza quase que apenas pela eleição dos membros da direção escola. Esta característica deixa a escola frágil em todos os seus aspectos.
            O desafio seguinte é proporcionar uma maior articulação entre os diversos segmentos existentes dentro da escola, tornando efetiva a participação de todos, não apenas na intenção, mas também nas ações implementadas. Desta articulação, ou melhor, do resultado desta articulação poderá ser pautado o grau de comprometimento da escola na obtenção do sucesso escolar.
Outro grande desafio no seu papel é a postura adotada no enfrentamento das questões internas e externas, sejam elas administrativas ou pedagógicas, pois apesar de ter sido eleito, faz parte e representa um segmento do estado público.
Não resta dúvidas que o seu posicionamento, comprometido com as questões pedagógicas, é de fundamental importância para o sucesso escolar. Ao contrário do mencionado por Alonso (1988) em sua obra, que creditava ao diretor o sucesso pela responsabilidade administrativa, uma vez que definia a escola como uma “instituição altamente especializada”, e composta por vários especialistas.
Por outro lado, a vivência nos últimos anos, de uma organização altamente centralizadora, ainda traz resquícios, fazendo com que o papel de gestor entre cotidianamente em contradição: tem um compromisso com a comunidade que o elegeu e por outro lado é o representante do estado dentro da instituição escolar, muitas vezes realizando o cumprimento de normas emanadas das instâncias superiores sem qualquer questionamento prático.
Contudo, em nossa avaliação, o papel mais difícil que o atual gestor enfrenta é o “corporativismo profissional” (grifo nosso) que ainda existe no setor educacional. Muitos colegas acreditam que ao eleger um representante faz dele um “devedor de obrigações”, que deverá dar o retorno quando cobrado.
Neste período, da instituição da referida lei até os dias atuais, o papel do gestor vem sendo o de tentar compreender que a instituição de ensino é uma completa e complexa organização, descrita por Alonso (1998:101) como sendo constituída por aspectos formais e informais que tem por objetivo específico a qualificação do sistema de ensino e aprendizagem.

NÃO UMA CONCLUSÃO, MAS UM REINÍCIO DE CONVERSA...

            Após a leitura do texto recomendado, de outras que abordam a mesma temática, e principalmente pela observação realizada nos últimos anos, podemos acreditar que muito ainda temos que caminhar para que o gestor educacional exerça seu verdadeiro papel.
            Do conhecimento da estrutura administrativa-política-pedagógica, passando pelo como o estado trata suas instituições públicas, até conhecer, compreender e tentar atender aos anseios e necessidades dos vários segmentos que compõe a comunidade escolar, é uma longa e árdua caminha a ser empreendida. Mas com paciência, ação-reflexão-ação, e sobretudo, perseverança, o objetivo em se ter uma gestão educacional democrática será atingido...

REFERENCIAS
ALONSO, Mirtes. O papel do diretor na administração escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 1988.

MEDEIROS, Arilene. Democratização e mudanças práticas na gestão escolar. Encontrado e acessado em http://seer.bce.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/3994/3370 entre 10 e 16/06/2013
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