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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

De aluno a ator, nossa escola tem de tudo um pouco...


Filmagem dos alunos durante as aulas de Educação Física. Ao retornarem para a sala tem a oportunidade de fazerem um confronto com os gestos praticados por profissionais das modalidades esportivas.




quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Educação do futuro será personalizada e híbrida


Computadores e tablets estarão mais presentes na vida de Professores e estudantes do que lousas e apostilas. Até 2030, a maior parte do Ensino será personalizada, ou seja, vai acompanhar o ritmo e os interesses de cada Aluno. Aulas online serão mais importantes do que as presenciais. Essas são apostas para a Educação do futuro de 645 especialistas ouvidos por pesquisa do World Innovation Summitt for Education (Wise), da Fundação Catar.

O levantamento, que será lançado nesta semana e foi obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo, reuniu opiniões de experts de todos os continentes.

No estudo, 93% dos pesquisadores apontam que a inovação — social, tecnológica e pedagógica — será a chave para o avanço educacional nos próximos anos, com mudanças estruturais significativas no papel do governo, da Escola, dos Professores e dos Alunos. Na Educação do futuro, as Escolas terão formatos híbridos, usando plataformas online e espaços físicos onde ocorram as interações sociais entre estudantes.

O Professor, nesse modelo, deixará de ser peça central na aprendizagem para se tornar o mediador do processo de aquisição de conhecimento, segundo 73% dos especialistas. A tecnologia será fundamental, mas apenas distribuir os aparelhos não basta, destaca o trabalho. Para serem incorporados, os dispositivos deverão ter propósitos claros para melhorar o Ensino. No Brasil, experiências inovadoras de Ensino, que enfocam a Educação personalizada e o Professor como tutor, já estão sendo aplicadas, tanto nas redes particulares quanto públicas.

O problema, contudo, é reproduzir esses modelos — ainda pontuais — em larga escala, de acordo com especialistas ouvidos. Entre os desafios, estão a fragmentação das políticas educacionais, a falta de estrutura e a dificuldade para que os Professores, na maioria formados na perspectiva mais tradicional, se adaptem às constantes transformações. Entre as previsões feitas pelo Wise, está a predominância, no futuro, das competências socioemocionais, que envolvem questões pessoais e interpessoais, como responsabilidade e estabilidade emocional, por exemplo.

Segundo os especialistas, a intimidade com cálculos ou memorização de datas históricas dizem pouco sobre o Aluno. A maioria também não acredita que todos devam aprender os mesmos conteúdos ao mesmo tempo. 83% deles afirmam que o currículo terá parâmetros básicos, mas será moldado de acordo com o perfil e o ritmo de progressão de cada estudante.

O desafio para o Brasil no futuro será replicar em todo o sistema educacional as experiências inovadoras de Ensino, ainda muito concentradas em poucas Escolas. Entre os gargalos no sistema brasileiro estão a fragmentação das políticas educacionais (divididas entre União, Estados e municípios), a falta de estrutura das redes e a dificuldade para que os Professores, na maioria formados na perspectiva tradicional, adaptem-se às constantes transformações.

Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), explica que o Brasil não conseguirá inovar na Educação antes de rever como os Professores são formados. “Não vamos mudar só com formação continuada, que é o que as redes estão fazendo. Tem de mexer na formação inicial dos Professores, nas licenciaturas”, diz. 
FONTE:

Opinião: O professor e a Educação do século 21


"O ensino, em larga escala, ainda se encontra baseado em aulas expositivas e faz pouco uso das novidades encontradas fora dos muros da escola", afirma Gislaine Azevedo

A chegada do livro digital e o uso crescente das tecnologias educacionais nas salas de aula têm despertado em muitos o sentimento de que a Educação no Brasil está chegando ao século 21. Com isso, cada vez mais, recai sobre o Professor a necessidade de aprender a dominar novas tecnologias para não ser considerado obsoleto e responsável pelo atraso do sistema educacional brasileiro.

É claro que os Professores — como qualquer outro profissional preocupado com seu trabalho — precisam se inteirar das novidades em sua área, mas será justo responsabilizá-los pela efetivação da Educação do século 21? Se quisermos entender melhor as responsabilidades e os limites do trabalho do Professor nessa questão, pode ser útil percorrer os trilhos da história do nosso sistema educacional.

Hoje, pode parecer natural pensar que crianças e jovens vão à Escola para estudar. Porém essa ideia é recente em termos históricos. Foi após a Revolução Industrial e, principalmente, após a Revolução Francesa que a Educação apareceu como necessidade universal, laica e de responsabilidade do Estado. Dentro do contexto de virada do século 18 para o 19, surgiram os Sistemas Nacionais de Ensino, que, em boa medida, funcionam no mundo ocidental até hoje e cuja base é “voltada para a transmissão do conhecimento acumulado pela humanidade e sistematizado logicamente”, como descreve o Professor Dermeval Saviane.

Nesse contexto, a Escola nasce e se configura como espaço fechado, com salas de aula onde os Alunos devem permanecer sentados em fileiras, ouvindo e copiando as informações transmitidas pelo Professor durante 50 minutos (esse foi considerado o tempo médio capaz de atrair a atenção de um estudante na época).

Mas hoje vivemos em outro tempo histórico e os jovens do século 21 têm uma realidade bastante diferente da dos Alunos do passado. Vivemos em uma realidade marcada por mudanças que se reconstroem a cada segundo: novas tecnologias, redes sociais, bombardeio de imagens por meio da televisão, internet, videogame, novos valores culturais, sociais e econômicos. Tanto a forma de adquirir conhecimento quanto o conhecimento em si estão inseridos em outra realidade, não mais estanque ou compartimentada.

Porém, ao mesmo tempo em que a sociedade convive com as novidades, nosso modelo educacional continua, em grande parte, atrelado às estruturas do século 19. O Ensino, em larga escala, ainda se encontra baseado em aulas expositivas e faz pouco uso das novidades encontradas fora dos muros da Escola. Para agravar ainda mais a situação, pesquisas recentes com neurociências e psicologia mostraram que o tempo de atenção de um Aluno de hoje em uma aula é de seis minutos, quando muito, chega-se a 20 minutos.

O Professor fica no meio do fogo cruzado: trabalha em ambiente cuja estrutura se fundamenta nos século 19, mas lida com os jovens que vivem o século 21. Claro que, em seu cotidiano, o Professor — formado a partir de conceitos pedagógicos do século 20 — pode e deve lançar mão de ferramentas que permitam que as aulas estejam mais ligadas à realidade do Aluno, como trabalho mais sistemático com imagens, jogos (eletrônicos ou não), construção de blogues, produção de filmes etc. São recursos que atraem os estudantes ansiosos por tarefas mais interativas e menos contemplativas.

Mas não adianta simplesmente o Professor ser do século 21 se a Escola como um todo não o for. Por isso, torna-se urgente construir uma Escola que tenha como base a sociedade deste século. Uma Escola que funcione amparada nas necessidades e na realidade de seu entorno; onde os Alunos se sintam desejosos de participar por verem suas realidades e sonhos discutidos e inseridos no programa Escolar; em que o espaço de circulação e aprendizagem não fique restrito à sala de aula; onde o mobiliário seja pensado para a nova realidade; onde a arte e o esporte sejam verdadeiramente recurso pedagógico; onde as diferenças sejam valorizadas e respeitadas e onde o erro seja apenas uma das etapas da aprendizagem.

GISLANE AZEVEDO - Historiadora, é presidente da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) 

FONTE

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O papel do gestor na atual realidade das escolas públicas do Distrito Federal


*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Introdução ao Curso e ao Ambiente de Aprendizagem, integrante do curso de especialização em Gestão Escolar
Prof. Gilberto Alves Barbosa
  
BRASÍLIA – JUNHO-2013
INTRODUÇÃO
            Refletir sobre esta temática em duas laudas, proposta como exercício acadêmico, torna-se quase que a realização de uma apresentação mágica, em nossa atual realidade educacional.
            À guisa de contribuição e enriquecimento teórico, nos foi proposta a leitura do artigo “Democratização e mudanças na gestão escolar” (Medeiros, 2011), que faz um relato de situação quase semelhante ocorrida em Mossoró, RN. Resguardadas as devidas peculiaridades de cada localidade, seu contexto histórico-político, o texto oportuniza ver algumas características da gestão escolar e os desafios encontrados no cotidiano da escola pública.

GESTÃO ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL
            Atualmente, o sistema escolar do Distrito Federal vive sob a égide da Lei 4751/2012 (GDF, 2012), conhecida como Lei de Gestão Democrática do Ensino Público do Distrito Federal. Lei esta sancionada pelo atual governo do DF, após um período de mais de treze anos de outra lei de igual teor. O referido dispositivo estabelece não apenas a eleição da equipe gestora da escola, mas também de um conselho escolar constituído por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, como também proporciona às famílias maiores participações nas ações e decisões que ocorrem no interior das escolas.
            É a partir deste contexto, que o gestor escolar vem tentando exercer o papel que lhe foi outorgado pelo sufrágio dos votos. Aqui encontramos o primeiro desafio que enfrenta: não ser o representante de uma democracia representativa, forma de organização conceituada por Santos e mencionada por Medeiros (2011), que se caracteriza quase que apenas pela eleição dos membros da direção escola. Esta característica deixa a escola frágil em todos os seus aspectos.
            O desafio seguinte é proporcionar uma maior articulação entre os diversos segmentos existentes dentro da escola, tornando efetiva a participação de todos, não apenas na intenção, mas também nas ações implementadas. Desta articulação, ou melhor, do resultado desta articulação poderá ser pautado o grau de comprometimento da escola na obtenção do sucesso escolar.
Outro grande desafio no seu papel é a postura adotada no enfrentamento das questões internas e externas, sejam elas administrativas ou pedagógicas, pois apesar de ter sido eleito, faz parte e representa um segmento do estado público.
Não resta dúvidas que o seu posicionamento, comprometido com as questões pedagógicas, é de fundamental importância para o sucesso escolar. Ao contrário do mencionado por Alonso (1988) em sua obra, que creditava ao diretor o sucesso pela responsabilidade administrativa, uma vez que definia a escola como uma “instituição altamente especializada”, e composta por vários especialistas.
Por outro lado, a vivência nos últimos anos, de uma organização altamente centralizadora, ainda traz resquícios, fazendo com que o papel de gestor entre cotidianamente em contradição: tem um compromisso com a comunidade que o elegeu e por outro lado é o representante do estado dentro da instituição escolar, muitas vezes realizando o cumprimento de normas emanadas das instâncias superiores sem qualquer questionamento prático.
Contudo, em nossa avaliação, o papel mais difícil que o atual gestor enfrenta é o “corporativismo profissional” (grifo nosso) que ainda existe no setor educacional. Muitos colegas acreditam que ao eleger um representante faz dele um “devedor de obrigações”, que deverá dar o retorno quando cobrado.
Neste período, da instituição da referida lei até os dias atuais, o papel do gestor vem sendo o de tentar compreender que a instituição de ensino é uma completa e complexa organização, descrita por Alonso (1998:101) como sendo constituída por aspectos formais e informais que tem por objetivo específico a qualificação do sistema de ensino e aprendizagem.

NÃO UMA CONCLUSÃO, MAS UM REINÍCIO DE CONVERSA...

            Após a leitura do texto recomendado, de outras que abordam a mesma temática, e principalmente pela observação realizada nos últimos anos, podemos acreditar que muito ainda temos que caminhar para que o gestor educacional exerça seu verdadeiro papel.
            Do conhecimento da estrutura administrativa-política-pedagógica, passando pelo como o estado trata suas instituições públicas, até conhecer, compreender e tentar atender aos anseios e necessidades dos vários segmentos que compõe a comunidade escolar, é uma longa e árdua caminha a ser empreendida. Mas com paciência, ação-reflexão-ação, e sobretudo, perseverança, o objetivo em se ter uma gestão educacional democrática será atingido...

REFERENCIAS
ALONSO, Mirtes. O papel do diretor na administração escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 1988.

MEDEIROS, Arilene. Democratização e mudanças práticas na gestão escolar. Encontrado e acessado em http://seer.bce.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/3994/3370 entre 10 e 16/06/2013

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A atuação do Gestor Educacional enquanto guardião do direito à educação


Prof. Gilberto Alves Barbosa

BRASÍLIA – AGOSTO-2013

APRESENTAÇÃO

O presente texto teve como referência inicial o texto “O Direito à educação: um campo de atuação do gestor”, de autoria de Carlos Roberto Jamil Cury.
            Sabemos que, já há algum tempo, o campo de atuação do gestor educacional vem sendo ampliado à medida que também vem sendo definidos novos horizontes para a educação brasileira.
            Novos horizontes aqui não devem ser entendidos como novos conceitos, novas descobertas no campo da educação pública, mas sim como oportunidade para se colocar em prática o que há décadas inúmeros pesquisadores e pensadores nacionais vêm demonstrando ser necessário.
            Uma dessas necessidades observadas era o princípio de uma gestão democrática da escola pública, uma ação multifacetada, devidamente amparada por dispositivos estabelecidos em lei.
            Para ampliar nossos conhecimentos, vamos ver...

UM POUCO DA HISTÓRIA


            A educação brasileira, sem sua trajetória histórica, sempre esteve na dependência do regime político estabelecido pelo estado. Desde muito cedo a educação foi utilizada como mecanismo de controle social.
            Isto pode ser devidamente constatado fazendo uma breve análise de nossos textos constitucionais, instituídos ao longo de nossa história e que começou a ter uma nova face a partir da instalação da Assembleia Constituinte, responsável pela elaboração de nossa atual Constituição Federal.
            E foi sempre dentro deste contexto de braço do estado, que a figura do diretor representava apenas os interesses hegemônicos dentro da escola pública brasileira. Os cursos formavam administradores escolares, figuras muitas vezes nomeadas não pela excelência técnica, mas por critérios meramente políticos.
            E claro que seria irresponsabilidade de nossa parte deixar de esclarecer que mesmo com estas características, tivemos muitos gestores competentes, adiantados para a sua época, que já anteviam e sonham com uma escola totalmente diferente da de então. Ousadamente realizaram muitas ações em busca de uma educação mais democrática.
            Myrtes Alonso (1988), na apresentação de sua obra “O Papel do Diretor na Administração Escolar”, já alertava para “a importância assumida pela administração nos assuntos educacionais em decorrência da mudança operada na concepção de educação”.
            Foi a partir desde ano também que começou uma década de embates calorosos, mas esclarecedores, de que rumos e concepções teria a educação nacional. Estes embates tiveram como desfecho inicial a implantação de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei 9394/1996, que trouxe para o papel uma visão mais progressista do que deveria representar a educação para o povo brasileiro.
            É claro que muitos consideram que poderia ter avançado muito mais, mas não podemos deixar de entender que foi o coroamento de uma etapa que deu início a uma nova postura a ser assumida pelos agentes envolvidos no campo educacional.
            O desdobramento de todas essas ações implicaram em novas teorias para a administração escolar, novos olhares, exigindo consequentemente uma nova postura para o gestor educacional.
            Podemos citar que duas concepções mudaram o rumo da educação nacional: a primeira foi estabelecer a educação como um direito subjetivo do cidadão brasileiro; a segunda foi estabelecer como um dos princípios basilares da educação a gestão democrática dos sistemas de ensino.
            Ora, esta mudança de paradigmas até então profundamente enraizados, provocaram uma carga até certo ponto inesperada para os novos gestores educacionais, a começar pela denominação que tinham: de diretor de escola passaram a ser gestores educacionais. Para um leitor desatento isto pode até parecer uma “questão semântica” (grifo nosso), mas não o é: o gestor educacional passou a ser o agente responsável por colocar em prática uma nova visão da função social da educação escolar.
            Por isto Cury (2006, 22) refere-se à gestão da educação como uma “gestão democrática, uma administração concreta”, pois a escola deixa de ser apenas um local de ensinagem e passa a ser um “espaço de construção democrática,...”.
            O gestor escolar deixa de ser um administrador da escola, do patrimônio, dos recursos humanos e passa a ser um gestor de políticas públicas que irão garantir ao cidadão brasileiro o seu direito legal à educação, não apenas como direito a aprender, mas o direito completo ao exercício da cidadania.
           

BREVES CONSIDERAÇÕES...


            Recusei intitular este parágrafo como “Considerações Finais” por acreditar que ele não tem aqui o seu encerramento, mas justamente o contrário: é a partir deste momento que abrem novas perspectivas de estudo, novos campos para pesquisa, novos horizontes a serem conhecidos no setor educacional.
            Ações estas que serão imprescindíveis para que o gestor educacional possa lograr êxito em seu empreendimento. Não podemos esquecer que a ruptura de antigos paradigmas trouxe, ao largo de grandes conquistas, uma enorme responsabilidade para aqueles que querem executar uma verdadeira gestão educacional.
            O gestor agora não é apenas o representante do estado na escola, mas sim o responsável direto por garantir um direito constitucional subjetivo (a educação básica) do cidadão. Ele é o condutor de uma gestão que deve ser democrática, ouvindo e garantindo o direito de todos os membros da comunidade escolar também serem ouvidos e acatados, se justa a sua reivindicação.
            Cabe ao novo gestor educacional a árdua tarefa de fazer das antigas práticas autoritárias de fazer educação, uma etapa de um passado que, sonhamos, jamais ressurja das cinzas da história brasileira.


REFERÊNCIAS:

CURY, C.R.J. O direito à educação: um campo de atuação do gestor. Brasília: Ministério da Educação, 2006. Disponível em http://moodle.mec.gov.br/unb/file.php/8/moddata/data/71/81/781/jamilcury.pdf, pesquisado entre 08 e 18 de agosto de 2013.

ALONSO, Myrtes. O papel do diretor na administração escolar. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988.

Perspectivas Históricas e Teóricas do Direito à Educação: conceitos e concepções, avanços e recuos.


*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Fundamentos do Direito a Educação, integrante do curso de especialização em Gestão Escolar- UnB 
Prof. Gilberto Alves Barbosa

 BRASÍLIA – AGOSTO-2013

APRESENTAÇÃO

            Buscar a fundamentação que ampara o direito à educação, bem como os avanços e recuos até então existentes, é uma tarefa que se caracteriza pela complexidade. Machado Junior (2003) nos afirma que “A educação é uma ciência extremamente complexa, e somente pode ser entendida e estudada com a união de várias ciências”.
            Esta complexidade exige do educador não apenas uma formação com bases pedagógicas, mas uma formação multidisciplinar que deveria também ter o embasamento no campo das ciências jurídicas. Muitas vezes o desconhecimento dos fundamentos educacionais, aliado ao notório descaso com as concepções jurídicas existentes, leva os educadores, em especial os gestores escolares, a cometerem verdadeiras barbáries pedagógicas em nome de uma “pseudo busca” (grifo nosso) pelo sucesso educacional do aluno.
            A partir de uma breve viagem pela história educacional brasileira, buscaremos compreender a origem e as causas destes equívocos que ainda vem ocorrendo em nosso sistema de educação.

UM POUCO DA HISTÓRIA

            Devido à característica do presente texto, não iremos abordar a vertente histórica da educação no contexto internacional e que deu origem à educação brasileira. O que temos de ter em mente é que em todo o processo histórico sempre houve defensores da educação como um direito natural do homem, desde Aristóteles (na Antiguidade), passando por São Tomas de Aquino (na Idade Média) até chegar ao período revolucionário de Montesquieu (sec. XVII).
            No Brasil, desde o seu descobrimento, a educação teve intensa ligação com o setor dominante, ora como mão de obra especializada, ora como corolário de uma “pseudo liberdade de expressão dos direitos do homem” (grifo nosso).
            Valente (2000, 72) nos conta que os jesuítas iniciaram nosso sistema educacional buscando catequizar a população local (índios) e também os descendentes de português por cerca de dois séculos. Esta árdua tarefa terminou com a sua expulsão do Brasil pelo Marquês de Pombal em 1759, o que possibilitou o surgimento de outras escolas, com outras filosofias de ensino, que, contudo, não tiveram o mesmo êxito que os jesuítas.
            É deste período que vem a criação de impostos para subvencionar a educação pública brasileira, com o pagamento de professores. Os atrasos no pagamento e os calotes ao magistério tiveram ai o seu “nascedouro” (grifo nosso).
            O período monárquico teve como característica a preocupação com a formação utilitária do cidadão para servir aos propósitos do reino, em detrimento de uma educação para a formação básica.
            Com a proclamação da Independência, a educação torna-se um dos temas centrais da constituinte ora instalada. Em nosso entendimento vem dai a “preocupação reinante no seio político com a educação” (grifo nosso) nos períodos eleitorais. Nesta época podemos destacar que o “Brasil foi um dos primeiros países do mundo a estabelecer, em lei, a gratuidade do ensino elementar” (Machado Júnior, 2003). Cabe-nos esclarecer que os historiadores nos contam que a lei não saiu do papel.
            Com a instalação da República, muitas leis procuraram dar um novo sentido para a educação brasileira. A primeira fase foi um período marcado por reformas educacionais que passaram por Benjamin Constant (1890) até Gustavo Capanema (1942), sempre marcando o aspecto pedagógico.
            No aspecto do ordenamento jurídico, mesmo com o embate ideológico entre os cidadãos e os governantes, a educação passou a fazer parte de nossas cartas constitucionais, como direito individual e fundamental dos cidadãos. Machado Junior (2003,55) nos informa que, mesmo com estes embates, houve uma evolução dos direitos à educação em nossas cartas constitucionais.
            Apesar desta evolução, o desrespeito aos direitos individuais e sociais do povo brasileiro sempre foi uma característica do estado brasileiro, o que foi alvo de crítica contundente do eminente jurista Pontes de Miranda em sua obra “Comentários à Constituição de 1967”, conforme cita Machado Junior já citado.
            Um aspecto que devemos compreender é que nossas cartas constitucionais sempre foram condicionadas ao momento político que passamos. Por isto mesmo, algumas vezes nossas leis indicavam avanços, outras retrocessos no que diz respeito aos direitos educacionais do cidadão brasileiro.
            Um novo marco foi estabelecido no campo do direito à educação com a promulgação da Carta Constitucional de 1988, notadamente nos artigos 205 e subsequentes que deram um “norte legal” (grifo nosso) à fundamentação da educação. Marco este que teve como sequência a publicação da Lei 9394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mesmo que quase uma década após.
            O que podemos dizer é que, fundamentados na bibliografia que aborda este período histórico brasileiro, houve um amplo debate entre as várias vertentes e concepções de educação existentes. Até então.
            Saviani (1998, 33) nos diz que este período ficou marcado por dois vetores distintos: um que se preocupava com o significado sócio-político da educação e o outro, com preocupações de caráter econômico-corporativo, marcado por inúmeras greves instituídas pelas associações de profissionais existentes na época.
            É deste período que vem as sucessivas conquistas obtidas até hoje em todas as vertentes do direito educacional. Daí vem a concepção de educação como um direito irrenunciável do cidadão brasileiro, uma vez que faz parte dos direitos da personalidade existente no mundo jurídico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS        

            À guisa de consideração final, mas como propósito de marcar a necessidade de novos e aprofundados estudos sobre o tema, consideramos que inegável avanço nos direitos fundamentais do homem tem se estabelecido em nosso ordenamento jurídico e educacional.
            Avanço este que não pode levar o cidadão a se acomodar com a situação existente. Por se tratar de um direito irrenunciável é dever de todos não só participarem das discussões educacionais, nos fóruns a elas destinados, como também acompanhar e cobrar do Estado, políticas públicas que não fiquem apenas no papel, mas que sejam efetivamente realizadas. Neste aspecto, pela sua formação e área de atuação, o educador passa a ter fundamental papel na manutenção desta conquista histórica obtida.

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


MACHADO JÚNIOR, César Pereira da Silva. O direito à educação na realidade brasileira.  São Paulo: LTr, 2003.

SAVIANI, Dermeval. A nova lei da educação: trajetória, limites e perspectivas. 4ª ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.

VALENTE, Nelson. Sistemas de Ensino e legislação educacional: estrutura e funcionamento da educação básica e superior. São Paulo: Panorama, 2000.

domingo, 28 de setembro de 2014

Uso das Novas Tecnologias na Escola - Como Fazer a Escola?




Debate, no ano 2000, sobre o uso das novas tecnologias no ambiente escolar. Será que mudou muita coisa de la para cá?

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A Escola Pública e sua relação de convivência com o Currículo, Normas e Diretrizes que regulamentam a Educação Básica


*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Currículo, Cultura e Ambiente Escolar, integrante do curso de especialização em Coordenação Pedagógica - UnB
Prof. Gilberto Alves Barbosa


 BRASÍLIA – JULHO/2012

INTRODUÇÃO
            Para abordamos como pode acontecer a convivência de uma instituição de ensino com as normas e diretrizes que regulam a educação básica, faz-se necessário o estabelecimento de alguns conceitos, que, por nossa opção buscamos junto ao Dicionário Escolar da Língua Portuguesa Aurélio Junior (Ferreira, 2011)
a) Diretriz: “linha reguladora de um caminho...”; b) Norma: “aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de algo”; c) Parâmetros: “todo elemento cuja variação de valor modifica a solução dum problema sem lhe modificar a natureza”;

Tal procedimento se justifica pela abordagem histórica que faremos a seguir.
A LEI 9394/1996 – LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
            Após duas décadas de convivência com mecanismos ditatoriais e quase que o mesmo prazo da última grande reforma educacional, e apenas oito anos do início do processo de redemocratização do pais, com a promulgação da Carta Magna em 1988 (Constituição Federal,1988), foram promovidas discussões nos mais variados setores da educação brasileira, com o objetivo de promover, sob novo olhar, a reestruturação do setor.
            Foi a partir da instituição deste documento legal, que o estado procurou garantir ao cidadão um currículo único para o país, sugerindo princípios norteadores que levassem a uma educação de qualidade. Dentre estes princípios (Lei 9394/1996-LDBEN) estão o direito a uma educação básica, de qualidade, universalizada e concebida como direito básico (Pereira e Teixeira, 2007), bem como a obrigatoriedade dos profissionais da educação de participarem dos momentos de seu planejamento, execução e acompanhamento.   É a partir desta lei que são instituídos parâmetros e diretrizes para a educação nacional.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
            Os “conhecidos PCNs” (grifo nosso) foram elaborados no período de 1995 a 1998, tendo sido um importante passo para a instituição de uma política nacional de educação, apesar de muito combatidos pela forma como foram elaborados, situação esta já abordada por inúmeros autores.
            Os parâmetros educacionais, segundo Cury (2002), eram propostas de conteúdo, distribuídos em várias áreas do conhecimento, e que traziam como grande inovação (grifo nosso) a inserção de temas relevantes ao processo educacional, denominados Temas Transversais.
            A partir da sua implantação ocorreram grandes debates em todos os setores e sistemas de ensino e a maioria das escolas participou deste processo como “ouvintes” (grifo nosso) e não como coparticipantes do processo, uma vez que eram considerados apenas como os “executores”.
DIRETRIZES CURRICULARES
            A partir das discussões que aconteceram nos mais setores educacionais, o Conselho Nacional de Educação julgou necessário estabelecer, sempre a partir dos PCNs, diretrizes que pudessem garantir a sua real implantação, fixando conteúdos mínimos a serem trabalhados na educação básica (LÜDKE, 1999, apud Bonamino, 2002), resguardando a importância e necessidade das instituições educacionais construírem suas propostas pedagógicas à luz dos PCNs e das diretrizes curriculares estabelecidas.
CURRÍCULOS E PROPOSTAS PEDAGÓGICAS NO DISTRITO FEDERAL
            Acompanhando os “ares democráticos” (grifo nosso) e contestadores do momento vivido, o Distrito Federal começou a implantar e implementar a sua proposta pedagógica.          Apesar do chamamento feito, poucos se mobilizaram para participar deste momento, buscando criar novas concepções de educação, uma vez que estas mudanças sempre estiveram “atreladas” (grifo nosso) ao momento político vivido e nunca tinham sido implantadas como políticas públicas de educação.
            Em nossa análise, podemos distribuir a concepção destas propostas educacionais nos seguintes períodos: a) 1985 a 1998 a proposta pedagógica implantada no DF adotava princípios fundamentados na Teoria Crítico Social dos Conteúdos, a partir do estudos de Libâneo, Gadotti, Saviani, Paulo Freire e outros renomados educadores; b) 1990 a 1995 – deu-se continuidade à proposta pedagógica anteriormente estabelecida, mas notando-se um “esmorecimento” (grifo nosso) por parte dos dirigentes educacionais em seguir esta linha; c) 1995 a 1998 – com um governo considerado de esquerda, revolucionário, foi proposto e implantado um novo currículo e uma proposta pedagógica que ficou conhecida como “Escola Candanga”. Os profissionais lotados nas escolas também foram chamados a participarem deste momento. d) 1999 a 2002 – um novo governo, mais à direita, consequentemente um currículo mais conservador, apesar de serem mantidos os eixos estabelecidos pelas parâmetros e diretrizes nacionais. e) 2002 a 2010 – o currículo e a proposta pedagógica até então utilizadas passou por tentativas de atualização e reorientação nos seus eixos estruturadores. Apesar do chamamento à participação dos profissionais da educação, o que ficou marcado foi a “terceirização” na elaboração das propostas para o setor educacional. f) 2010 em diante... começa uma nova fase na educação do DF, com um governo considerado democrático e inovador. Os profissionais da educação foram chamados a construir um novo currículo para as escolas públicas do DF, sendo que, em várias regionais de ensino, aconteceram plenárias para discutir o momento,  a partir dos pressupostos estabelecidos pela equipe do governo local.
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
            Não obstante os vários chamamentos feitos à participação da comunidade escolar, para a discussão e elaboração das propostas pedagógicas a serem adotadas nas escolas públicas, pouco tem sido o envolvimento dos profissionais da educação, principalmente nos momentos de “coordenação pedagógica” (grifo nosso), onde podem ser construídos novos pilares educacionais.
            Tem se observado, apesar de muitas instituições já estarem com discussões acaloradas e avançadas, que ainda se discute apenas o “conteúdo a ser dado” (grifo nosso) e não os princípios que deveriam nortear o trabalho pedagógico.
CONCLUSÃO
            Com base na leitura dos textos que dão suporte a disciplina Currículo, Cultura e Conhecimento Escolar, constante do curso de especialização em Coordenação Pedagógica, podemos dizer que é realmente importante a concepção de uma proposta curricular nacional que sirva de referencia para as propostas estaduais.
            É a partir deste referencial que as instituições educacionais irão produzir suas proposta pedagógicas, seus projetos políticos-pedagógicos, valorizando cada vez mais a pluralidade de seus membros, construindo e dando sentido ao fazer pedagógico.
            Não podemos também deixar de lado a importância da participação dos profissionais da educação neste processo de mudança, pois é a partir de sua prática, de sua vivência diária, que devem ter início as mudanças a serem implantadas.
REFERENCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa. Coordenação de Marina Baird Ferreira e Margarida dos Anjos. 2a.edª- Curitiba: Positivo, 2011.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 1988.
LIMA, E. S. Indagações sobre currículo: Currículo e desenvolvimento humano. Organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 56 p. (p.17-23). Disponível em http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/unb/file.php/5/moddata/data/251/277/327/LIMA_E._S._Indagacoes_sobre_curriculo_Curriculo_e_desenvolvimento_humano.pdf e acessado entre 20 e 24/06/2012

SCHEIBE, Leda; BOMBASSARO, Ticiane. O papel do currículo como espaço de formação humana. In: Universidade Federal de Pernambuco/Coordenação de Educação a Distância da UFPE. Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica. Coordenação Sala ambiente currículo, cultura e conhecimento escolar. (p.7-9), disponível em http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/unb/file.php/5/moddata/data/251/277/325/O_papel_do_curriculo_como_espaco_de_formacao_humana.pdf e acessado no período de 20 a 24/06/2012


VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico - do trabalho político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2007.

As diferentes concepções de currículo e sua aplicação e implicações no dia-a-dia do cotidiano escolar


*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Currículo, Cultura e Ambiente Escolar, integrante do curso de especialização em Coordenação Pedagógica - UnB
Prof. Gilberto Alves Barbosa


BRASÍLIA – JUNHO/2012
INTRODUÇÃO
            Para falarmos um pouco sobre as concepções curriculares presentes no dia-a-dia de nossa escola, faz-se necessário estabelecer diferenças entre alguns termos existentes, que muitas vezes são utilizados como se um fosse o sinônimo do outro e vice-versa.
            Começamos pela definição de currículo feita por Zotti (2012), e sem seguida “tomamos emprestada” (grifo nosso) a definição feita por Coll (1996).
“Conforme o dicionário Houaiss currículo é definido como “programação de um curso ou de matéria a ser examinada”. O Dicionário Interativo da Educação Brasileira (http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp) define currículo como o “Conjunto de disciplinas sobre um determinado curso ou programa de ensino ou a trajetória de um indivíduo para o seu aperfeiçoamento profissional".
Do ponto de vista etimológico, o termo currículo vem da palavra latina Scurrere, correr, e refere-se a curso, à carreira, a um percurso que deve ser realizado. É utilizado para designar um plano estruturado de estudos” (Zotti, 2012)
“conteúdos são "o conjunto de formas culturais e de saberes selecionados para integrar as diferentes áreas curriculares em função dos objetivos gerais da área" (p.161 e 162) citado por Nuca-UFRJ.(Coll, 1996)

            Atualmente vivemos e vivenciamos nas escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal uma crise de identidade sem precedentes e isto não só interfere na condução do processo ensino e aprendizagem, como no estabelecimento de políticas publicas para o setor educacional.
            Segundo Gadotti (1998) a educação brasileira vivia e ainda vive o confronto de duas grandes concepções pedagógicas: a concepção dialética e a concepção metafísica. Abordando um pouco de cada uma delas, poderemos inferir qual o seu “grau de interferência” (grifo nosso) no interior das escolas, notadamente as da rede pública de ensino.

CONCEPÇÃO METAFÍSICA
            Para vários estudiosos e pesquisadores esta concepção trata o homem como o ser supremo, a sua existência depende do que ele é enquanto homem. A educação para esta corrente é vista como “caso particular” (grifo nosso) e decorre de uma conquista individual.

CONCEPÇÃO DIALÉTICA
            É uma corrente em oposição à concepção metafísica, fundamentada no pensamento dialético e se “dá pela elevação da consciência coletiva realizada concretamente no processo de trabalho (interação) que cria o próprio homem (Gadotti, 1998).
            Esta concepção vê o homem como um ser político, coletivo, em constante luta contra os valores impostos/estabelecidos pela burguesia. A escola é palco de uma “luta de classes”. (grifo nosso).

A REALIDADE EM NOSSAS ESCOLAS
            Temos notado que, em face de um “obscurecimento pedagógico” e uma “perda temporária” (grifos nosso) que aconteceram nos últimos anos, esta luta tem acontecido na surdina em nossas escolas e reflete diretamente no cotidiano escolar.
           
            Em meados dos anos 80, aproveitando o embalo proporcionado pelos ares democráticos respirados a todo vapor, a rede pública de ensino do Distrito Federal adotou como um dos baluartes de sua missão a implantação da tendência pedagógica Crítico-Social dos Conteúdos.
            Foi um período de “efervescência pedagógica” (grifo nosso), muita produção acadêmica, muitas reuniões e discussões buscando caminhos para o sucesso escolar.
            A grande lista de conteúdos serviria de recurso auxiliar para o aluno superar as dificuldades impostas pelo seu dia a dia. Os conteúdos seriam um “elemento político” (grifo nosso) nesta jornada. O currículo ganha significação a partir da sua intencionalidade e participação coletiva.
            Contudo, por ser uma unidade da federação onde a “luta de classes” (grifo nosso) tem oponentes claros e definidos, iniciou-se um período de estagnação pedagógica, embalde os esforços empreendidos pelos educadores comprometidos com a mudança.
            Isto durou até o ano de 1995, quando iniciou-se um novo período de “gestão pedagógica” (grifo nosso) na rede pública de ensino do DF. Uma vez mais o componente político iria interferir diretamente no fazer pedagógico: foi iniciada a implantação de uma nova concepção de currículo. Este período teve uma curta duração e seus propósitos pedagógicos foram abortados a partir de 1999.
            As concepções de currículo educacional até então vigentes “foram esquecidas” (grifo nosso) e contínuas ações foram realizadas para apagar da memoria dos participantes tais projetos.
            E isto acabou fazendo com que, na maioria das escolas, apesar dos esforços de abnegados estudiosos, a concepção de currículo para as escolas da rede pública de ensino fosse considerada a partir da importância do conteúdo programático existente. É a perspectiva que Vasconcellos (2007, p.133) define como “sonho de certos administradores escolares que buscam um currículo “à prova” de alunos, professores e realidade, qual seja, que seria desenvolvido com eles ou apesar deles”.
            Por isto, atualmente, muitas escolas da rede pública passam por sérias crises de identidades político-pedagógicas. Quer se respirar ares mais democráticos, quer se discutir novos caminhos com a comunidade escolar, mais tudo isto é olhada com desconfiança, medo e até mesmo descrédito por parte de muitos. E muitas até querem implantar novos programas e projetos e ainda não descobriram o “como fazer” (grifo nosso).

CONCLUSÃO
            Novamente, depois de mais uma década, vive-se a oportunidade de termos um currículo que privilegie e dê sentido às atividades que são tomadas, coletivamente, no interior das escolas.
            Sabemos que será uma árdua tarefa “reconquistar este espaço” (grifo nosso), uma vez que a formação acadêmica do profissional da educação, sua vivência política e seus credos, poderão fazer com que ao contrário de uma concepção progressista, libertadora, o profissional em seu espaço aplique o “currículo oculto” (grifo nosso) e deixe de lado aquele projeto coletivamente discutido, elaborado e pronto para ser aplicado.
            Mas temos a certeza de que aqueles “lutadores de outrora” (grifo nosso) continuarão atentos e estarão na vanguarda para garantir que o currículo de nossas escolas não seja apenas uma proposta feita pelo Estado para garantir um preceito constitucional, mas que seja sim, um importante documento que vise dar sentido aquilo tudo que está acontecendo no interior de nossas escolas e que foi coletiva e participativamente construído.

REFERENCIAS
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Cortez, 1988.
LIMA, E. S. Indagações sobre currículo: Currículo e desenvolvimento humano. Organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 56 p. (p.17-23). Disponível em http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/unb/file.php/5/moddata/data/251/277/327/LIMA_E._S._Indagacoes_sobre_curriculo_Curriculo_e_desenvolvimento_humano.pdf e acessado entre 20 e 24/06/2012

MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Educaçao escolar e cultura(s): construindo caminhos. Rev. Bras. Educ.,  Rio de Janeiro,  n. 23, ago.  2003 .  Disponí­vel em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782003000200012&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  24  jun.  2012. 

SCHEIBE, Leda; BOMBASSARO, Ticiane. O papel do currículo como espaço de formação humana. In: Universidade Federal de Pernambuco/Coordenação de Educação a Distância da UFPE. Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica. Coordenação Sala ambiente currículo, cultura e conhecimento escolar. (p.7-9), disponível em http://coordenacaoescolagestores.mec.gov.br/unb/file.php/5/moddata/data/251/277/325/O_papel_do_curriculo_como_espaco_de_formacao_humana.pdf e acessado no período de 20 a 24/06/2012

VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico - do trabalho político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2007.

ZOTTI, Solange Aparecida. Verbete disponível em http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_curriculo.htm, acessado em 24/06/2012.


Contribuições da coordenação pedagógica


Contribuições da coordenação pedagógica na obtenção da melhoria da qualidade de ensino a partir dos programas governamentais de apoio e fomento à educação.
*** Texto publicado como exercício acadêmico na disciplina Políticas Educacionais e Gestão Pedagógica, integrante do curso de especialização em Coordenação Pedagógica - UnB

 Prof. Gilberto Alves Barbosa


BRASÍLIA – JUNHO/2012
INTRODUÇÃO
            A Coordenação Pedagógica no âmbito das instituições escolares pode e deve contribuir na execução de ações que procurem elevar não apenas os índices de rendimento escolar, como também propiciar condições para que o espaço escolar atinja bons padrões democráticos, a partir do conhecimento dos programas e projetos governamentais implantados e implementados para se dar cumprimento aos preceitos estabelecidos na carta constitucional de 1988 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm).
            A exata noção do alcance de suas funções e atribuições, bem como as limitações existentes, favorecerá a obtenção do tão esperado sucesso educacional.
A FUNÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
            Segundo Almeida e Placo (Loyola, 2010, p. 12-15) o campo de atuação da coordenação pedagógica abrange três dimensões: articuladora, formadora e transformadora.
            Orsolon (Loyola, 2010, p.18-26) nos traz que “o coordenador é apenas um dos atores que compõe o coletivo da escola”, sendo uma de suas atribuições “promover um trabalho de coordenação em conexão com a organização/gestão escolar”.
            Já Christov (Loyola, 2010), a partir de uma pesquisa realizada no início dos anos 1990, no estado de São Paulo, estabeleceu como uma de suas conclusões de que se faz necessário estabelecer no grupo de professores, nos momentos de coordenação, estratégias que possibilitem, na prática, um exercício constante de “ação-reflexão-ação” (grifo nosso)
POLÍTICAS DE ESTADO
            Temos percebido ao longo dos anos e constatado, por intermédio de leituras e pesquisas realizadas, que as políticas públicas de educação vem se aperfeiçoando e passando a ter conotação de politicas públicas de estado e não mais de governos.
            Esta mudança de postura vem sendo notado ao se estabelecer relação de igualdade/desigualdade, avanços/retrocessos nas diversas leis voltadas para o setor educacional.
            Explicitamente podemos afirmar que as três ultimas LDBs (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm) denotam que a partir do envolvimento dos profissionais da educação, aliados ao clamor da população, tem produzido efeitos positivos e relevantes para a educação nacional.
            O mais sensível destes efeitos tem sido a quantidade de programas e projetos voltados para o financiamento e orientação das práticas no interior da escola. PNE, PDE, FUNDEF, FUNDEB, FUNDESCOLA, PDDE, entre tantos outros, antes de serem uma “uma sopa de letrinhas” grifo nosso) são uma das maneiras encontradas para se dar cumprimento aos direitos constitucionais  que tem o brasileiro, em idade escolar, bem como ao direito a uma educação de boa qualidade.
            Direito este que vai das condições de acesso, permanência até o sucesso escolar em uma instituição que oferte uma educação de qualidade em um ambiente com práticas democráticas e concretas, que saiba aliar as teorias educacionais ao dia-a-dia da prática escolar.
GESTÃO DA EDUCAÇÃO
            Aqui, sendo vários autores, encontram-se um dos maiores entraves em busca do sucesso escolar, pois a escola é uma instituição social “sui-generis” (grifo nosso). Isto acontece, segundo Dourado (Educação e Sociedade, Unicamp, 2007) porque a “gestão educacional tem natureza e características próprias”, sendo uma instituição social que tem (ainda segundo o citado autor) “sua lógica organizativa e suas finalidades demarcadas pelos fins políticos-pedagógicos que extrapolam o horizonte curso-benefício”.
EDUCAÇÃO E ORÇAMENTO
            Segundo Martins (Gestão Educacional, WAK, 2010), “por meio do orçamento é possível reunir esforços de ação política, visando uma boa coordenação das atividades financeiras do governo, fornecendo um perfil exato das prioridades globais e particulares”.
            A partir desta conceituação podemos inferir que uma ação intencional, bem articulada e sobretudo amplamente democrática, permitirá ao coordenador pedagógico participar e fazer cumprir o estabelecido nos artigos 211 e seguintes da Constituição Federal, no que diz respeito à organização financeira do sistema educacional.
            Esta participação se efetivará ao serem ouvidos profissionais da educação, alunos e comunidade escolar, estabelecendo ai, as prioridades a serem seguidas. Cabe sempre lembrar que o coordenador pedagógico pode e deve buscar respaldo e apoio para as suas ações junto ao Conselho Escolar de sua instituição, pois juntos “terão poder pedagógico-administrativo” (grifo nosso) altamente relevante na estrutura escolar.
CONCLUSÃO
            Mesmo com os cenários desfavoráveis citados por Dourado (Educação E Sociedade, Unicamp, 2007) e com o crescimento demográfico escolar verificado por Pinto (Educação E Sociedade, Unicamp, 2007), que tem provocado graves desequilíbrios nos orçamentos financeiros de numerosos municípios, o Coordenador Pedagógico, munido de um bom planejamento, fundamentado nos programas e projetos governamentais, conhecendo necessidades e expectativas de sua comunidade escolar, cientificado e certificado da disposição político-pedagógica-administrativa do gestor escolar, poderá ser transformar num “excelente parceiro” (grifo nosso) e co-responsável pelo sucesso escolar, não só em sua instituição educacional, mas também o seu sucesso poderá e será ampliado para outras instituições de sua rede de ensino.


REFERENCIAS
ALMEIDA, Laurinda Rabelo de; PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza (org.) O coordenador pedagógico e o espaço de mudança. São Paulo, Edições Loyola, 2010)

DOURADO, Luis. Políticas e gestão da educação básica no Brasil: Limites e perspectivas. Educação e sociedade. Campinas, v.28, n.100, disponível em http://www.cedes.unicamp.br acessado entre 04 e 10/06/2012.

MARTINS, José do Prado. Gestão Educacional: uma abordagem crítica do processo administrativo em educação. 4ª ed. Ver., atualizada e  ampliada. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

PINTO, José Marcelino de Rezende. A Política recente de fundos para o financiamento da educação e seus efeitos no pacto federativo. Educação e Sociedade, 2007, v. 28, n.100 disponível em http://scielo.br/pdf/es/v28n100/a1228100.pdf acessado entre 04 e 10/06/2012.


VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação    do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 8ª ed. São Paulo: Libertad, 2007.
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